Foto: Beto Albert (Arquivo Diário)
Veículos adaptados estão sendo usados para recolher combustíveis em postos de todo o país, em uma iniciativa do Instituto Combustível Legal. Chamado de Cliente Misterioso, o programa já analisou mais de 2,2 mil amostras de gasolina, etanol e diesel em 13 estados entre janeiro e agosto deste ano.
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O levantamento aponta que 25% das amostras estavam fora dos padrões exigidos, com destaque para a adulteração da gasolina, seguida pelo diesel e pelo etanol. As informações foram expostas em reportagem exibida pelo Jornal Nacional, da Rede Globo.
Os técnicos identificaram casos em que a quantidade de etanol misturado à gasolina superava mais do que o dobro do limite permitido por lei. Além disso, foi constatado número expressivo de fraudes nas bombas, quando o consumidor leva menos combustível do que pagou. Alguns postos apresentaram problemas tanto na qualidade quanto na quantidade do produto oferecido.
Um mapa elaborado pelo programa mostra maior concentração de irregularidades em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Goiás, Mato Grosso e Bahia. As análises são compartilhadas com a Agência Nacional do Petróleo (ANP), que mantém fiscalização própria e aponta que, no conjunto do mercado, 97% dos combustíveis estão dentro da conformidade. No demonstrativo de junho da ANP, o último divulgado, todas as amostras analisadas no Rio Grande do Sul estavam em conformidade com os padrões estabelecidos.
A atenção aumentou após uma megaoperação em agosto revelar a atuação do PCC na cadeia de produção, distribuição e venda de combustíveis. Em São Paulo, fiscais encontraram postos fechados às pressas, tanques adulterados e até dispositivos para dificultar a coleta de amostras. Entre junho e setembro, a ANP realizou mais de 9 mil fiscalizações e aplicou quase 3 mil autuações por diferentes infrações.
